Dia da Grávida – 9 de Setembro
O nono dia do nono mês foi escolhido para assinalar o Dia Nacional da Natalidade, usualmente denominado de Dia da Grávida, em alusão aos nove meses da gravidez. Este, foi criado na Assembleia da República após uma petição de 2009, sendo celebrado pela primeira vez em Portugal em 2011. O objetivo do dia é reconhecer o papel das mães e dos casais grávidos no equilíbrio demográfico de Portugal.
Até ao parto, decorrem nove meses, muitas emoções e mudanças. Para que mãe e pai possam viver a gestação de forma serena, é necessário o acompanhamento médico e nutricional na gravidez.
A gravidez, por ser exigente em termos físicos, implica a adequação do estilo e ritmo de vida. Assim, importa fazer mudanças e adaptações ao seu estilo de vida, como abolir hábitos tabágicos e o consumo de bebidas alcoólicas, ter horários regulares para as refeições, evitar esforços físicos e controlar o stresse.
Uma mulher saudável no momento da conceção tem mais probabilidade de ter uma gravidez bem-sucedida e um filho saudável. Por seu lado, a má-nutrição (alterações nutricionais como a pré-obesidade, a obesidade e a desnutrição/baixo peso) materna durante a gravidez podem desencadear complicações, nomeadamente pré-eclampsia, diabetes gestacional, macrossomia (mais de 4000 g ao nascimento), malformações congénitas, morte fetal, baixo peso ao nascimento, insucesso no aleitamento materno e mortalidade materna.
Para que a mãe mantenha um peso adequado e para que o bebé obtenha os nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento, exige-se uma alimentação saudável – diversificada e equilibrada. Isso não significa comer por dois.
O aumento de peso na mulher grávida deve ser controlado, pois poderá ter influência no prognóstico da gestação e no peso do bebé à nascença.
Necessidades nutricionais na gravidez
- O metabolismo basal materno aumenta para suprir as necessidades metabólicas maternas e garantir o crescimento fetal. A taxa de metabolismo basal pode aumentar 15% a 20% a partir do segundo e terceiro trimestre para suprir as necessidades fetais.
- Há que garantir uma alimentação variada e nutricionalmente completa, que assegure as necessidades acrescidas, o crescimento e desenvolvimento de um bebé saudável, mantendo o aumento de peso da mãe controlado de modo a prevenir problemas de saúde durante a gravidez e promover uma recuperação mais fácil depois do parto.
- Uma alimentação nutricionalmente equilibrada na gravidez inclui dedicar uma atenção especial a nutrientes como o ácido fólico, iodo, ferro, ácidos gordos ómega-3, vitamina D e magnésio, entre muitos outros, dependendo do tipo de alimentação praticada pela grávida. Além de tentar reforçar todos eles, através da alimentação, será também, necessária a suplementação (aconselhada sempre pelo seu médico obstetra).
Segurança alimentar
Informação de orientação sobre segurança alimentar é outro aspeto fundamental. Alterar formas de confeção de alimentos ou reforçar cuidados de higiene são medidas sobre as quais um nutricionista pode aconselhar para prevenir problemas específicos e que devem ser avaliados e revistos com a mãe caso a caso.
- Ter uma higiene cuidada dos alimentos (bem lavados), especialmente se não cozinhados (fruta e legumes);
- Verificar sempre a data de validade das embalagens antes do consumo;
- Confecionar muito bem a carne, peixe e ovos;
- Evitar produtos lácteos não pasteurizados.
Tome maior atenção quando consumir produtos fora de casa. Evite saladas, marisco, maionese e sobremesas confecionadas com ovos crus.
Alterações gastrointestinais
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- Náuseas e vómitos
As náuseas e vómitos são os sintomas mais comuns da gravidez, podendo ocorrer a qualquer hora do dia e afetando 70-80 % das mulheres grávidas. São essencialmente frequentes no primeiro trimestre, podendo ser atenuados seguindo certas recomendações:
- Faça pequenas refeições com intervalos de 2 a 3 horas;
- Evite a ingestão de líquidos às refeições, optando por fazê-lo entre refeições;
- Evite a ingestão de refeições ricas em gordura.
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- Obstipação
Em caso de obstipação, opte por:
- Aumentar a ingestão de líquidos, de acordo com a tolerância individual (2,3 L por dia);
- Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibra (pão integral, arroz integral, cereais integrais, hortícolas e fruta em natureza e ou desidratada, especialmente ameixas e alperce)
- Praticar exercício físico (de acordo com as recomendações médicas);
- Os suplementos de ferro podem por vezes provocar ou agravar a obstipação, pelo que nestas situações em que se verificar o agravamento dos sintomas deverá consultar o seu médico obstetra.
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- Azia
A azia pode ser um problema para algumas mulheres no final da gravidez, quando o feto ocupa mais espaço na cavidade abdominal. É causada pelo refluxo de ácido gástrico do estômago para o esófago e pode originar uma sensação ardor no peito. Esta, pode ser evitada ou atenuada preferindo:
- Comer pouco e mais vezes ao longo do dia;
- Limitar o consumo de bebidas com gás, álcool, produtos com cafeína, chocolate, fruta ácida, tomate, fritos e picantes;
- Evitar deitar-se após as refeições;
- Evitar roupa apertada, que comprima o abdómen.
Lembre-se que uma alimentação cuidada, equilibra e adaptada à gravidez contribui para a saúde e bem-estar da mãe e do bebé. Nos dias de hoje, a diabetes gestacional está cada vez mais presente. Assim, o acompanhamento por parte de um nutricionista, torna-se essencial e vital, sendo que o mesmo deve ser sempre individualizado.
Daniela Martins
C.P. 3323N
